Ataques cibernéticos exigem envolvimento do Parlamento na questão de Segurança de Dados

16/12/2021 - Notícias
O cenário de ciberataques em empresas e instituições públicas desperta um alerta para a comunidade de SI e entra na pauta de audiência pública no Senado A Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado convocou uma audiência pública com objetivo de debater a segurança de dados pessoais de cidadãos brasileiros. Realizada por requerimento do Senador Carlos Viana (PSD-MG), a audiência foi motivada pelo noticiado vazamento de dados e informações de mais de 200 milhões de pessoas em janeiro deste ano. No requerimento em que solicitou a audiência, o Senador considera “indispensável” o envolvimento do Parlamento na questão da segurança de dados. “Esse cenário nos leva a discutir com muito mais seriedade o problema. As ameaças aos países não serão mais clássicas, como no passado. As guerras serão de dados. As nossas hidrelétricas, por exemplo, são todas automatizadas. Os aeroportos de todo o mundo também são controlados por dados, que fazem toda a segurança de voos. Numa possível guerra digital, criar confusões nos sistemas internos de um país pode gerar uma defesa muito menor”, diz. Para Patricia Peck, CEO e Founding Partner na Peck Advogados, esse cenário de crise cibernética evidencia ainda mais que o Brasil vive um verdadeiro apagão de Segurança Digital e isso já é um grande motivo de alerta. “2021 é o ano da insegurança cibernética. Vimos que o aumento de ataques relacionados ao sequestro de dados no Brasil foi extremamente elevado”, diz. Ela ressalta que um cenário de pandemia e corrida para o modelo de cloud contribuíram para um período de alerta constante. Patricia ainda destaca que é preciso criar uma maturidade dentro das empresas para que todos os funcionários sejam orientados sobre os possíveis riscos. “As empresas precisam de orçamento para investir em Segurança de Informação. Sem tecnologia, não temos ambientes seguros. Precisamos também contar ainda mais com outros dois pilares importantes: pessoas e processos. São três frentes de atuação que precisam estar prioritárias em qualquer empresa”, acrescenta a CEO e Founding Partner na Peck Advogados. Waldemar Gonçalves, Diretor-Presidente da ANPD comenta que para 2022, a Autoridade vai continuar seguindo o seu papel e cumprindo sua missão, sendo cada vez mais incisiva e pontual em cima de denúncias e comunicados envolvendo possíveis vazamento de dados. “Nossa forma de atuação, onde nós passamos a estabelecer acordos de cooperação técnica, criou uma agilidade fundamental para as ações. A empresa afetada comunica a autoridade e logo depois entra em contato com os titulares dos dados comprometidos, são regras já estabelecidas pela própria lei e é o papel da ANPD em fiscalizar esse tipo de cumprimento durante todo o processo”, comenta Diretor-Presidente da ANPD. Uma das grandes expectativas para o próximo ano é a implementação do 5G, que promete entregar aos dispositivos móveis uma velocidade superior ao 4G para downloads e uploads de arquivo. Para Waldemar Gonçalves, apesar de ser um momento marcante, para a ANPD, o 5G tornou-se uma preocupação. “Com a entrada do 5G, ações que levamos horas para executar, vamos passar a fazer em questão de minutos, algo que é bom aos usuários. O grande problema será que os cibercriminosos vão passar a realizar ações mal-intencionadas, onde rapidamente será possível copiar e extrair informações de bancos de dados. É outro momento de alerta”, diz. O executivo ressaltou também a importância da LGPD para situações como os incidentes com dados pessoais. “A Lei Geral de Proteção de Dados é uma lei bastante moderna, complexa, com diversos artigos que precisam ser melhor analisados pelas organizações, esse é um processo de mudança de cultura necessário para o País, para os diversos setores e ao próprio titular de dados, que deve conhecer seus direitos e os riscos que corre nessas situações de compartilhamento indevido”, conclui. *Com informações da ANPD Postado originalmente no Security Report.
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